p e r m i t a - m e


Descobrir-se ao desvendar-se olhos tão atentos e oblíquos; tomados de uma opacidade inquietante mas, que ainda sim, são capazes de ofuscar todo e quaisquer mal existente. Olhos que trazem consigo verdades inócuas - verdades as quais são capazes de trazer paz à babilônia.

Ora, eu, fosse capaz de desvendar tais olhos. Deixar florar, permitir perceber-se a dor. Fazer de ti tela em branco, pronta para se tornar um novo ser mas, quem serei eu? Perdi-me em meio à multidão, perdi-me na obscuridade de tais sentimentos e, oh céus! Perdi-me dentro daqueles malditos olhos!

Terias tu a audácia de possuir tais olhos? Terias tu a audácia de invadir? Tu que és capaz de invadir corações, dominar pensamentos, curar dores, abraçar almas; por que não vens lançar teu olhar sobre mim? Lança-te teu olhar, deixe-me, traga-me; permita-me perder-me novamente em teu olhar, deixe que o mar de tais olhos me arraste, faça de mim um bravo navegador à desbravar as profundezas do teu ser. Permita-me. Complete-me.

melodia dos mortos

Olá, como vai você? Espero que realmente bem. Bem, agora estou realmente declaradamente em férias; se estou feliz? Mais impossível, eu realmente estou extremamente cansada de minha rotina, é algo realmente exaustivo; nestes últimos tempos ando afundada dentro de uma infelicidade absurda, não há nada que realmente seja capaz de satisfazer-me. Okay. Eu admito, isto soou um tanto dramático, mas é que eu realmente não sei o que pensar ou fazer quando a leitura ou a música já não é mais capaz de preencher meu vazio. É sim um tanto deprimente não ter a capacidade de expelir de minha alma toda a arte que nela habita, toda a poesia que fizera de mim viva; mas tudo bem, acontece, certo?

Cá torno eu, mostrar-lhes uma parte de mim pouco conhecida, a parte erudita. Quando me faltam palavras, creio que a única coisa capaz de traduzir o que sinto é a música - as mais lindas poesias ditas em singelas notas em tal harmonia inexplicável. Através de tais melodias, espero poder transmitir-lhes paz e liberdade mas, também minhas angústias que são libertas a cada nota tocada.

para onde fui?

Olá, como você está? Espero que o melhor que possa. Bom, agora que finalmente estou de férias, passei todo o meu final de semana na blogosfera - foi algo realmente nostálgico, pude matar por completo toda a minha saudade desse (infinito particular) mundo. Estou me sentindo mais em casa do que nunca! Já perceberam o quão aconchegante este lugar pode ser? É simplesmente amável ♡
Toda essa viajada por este mundinho, me fez lembrar de quando cheguei aqui - há cerca de 8 anos atrás (para ser bem sincera, não me recordo exatamente há quanto tempo estou aqui); como a blogosfera mudou, não é mesmo? Às vezes me sinto um tanto antiquada em meio à tantos blogs mais jovens uhauah Acontece, né.

Mas bem, isso me fez refletir também sobre minha vida. Ando me sentindo tão vazia, meus versos já não têm mais coerência, me perdi em algum lugar o qual desconheço o endereço. Aliás, eu mesma já não disponho mais de um endereço, quem dirá um nome. Serei eu, ainda luce? luce. Um ser tão tristemente doce, um alguém vulnerável enquanto é forte.
Creio ter havido uma perca de identidade pelo caminho. Já não me cabe mais ser azul, preto ou vermelho; luce. Toda a doçura fora perdida sem ao menos perceber-se; a liberdade fora perdida certa vez; quem serei eu agora?

Bem, não irei lhes negar que daria tudo para um visto e uma passagem só de ida. Pouco me interessa lugar, aliás, meu único interesse aqui é a ressurreição, caso a mesma seja possível. Meus pinceis perderam a cor, minha dança perdeu o compasso, meu verso perdeu a poesia. Só restou o vácuo.